terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Esgoto de Guarda Ambiental vai parar em represa na zona sul de SP

Criada para proteger áreas de manancial, a base da Guarda Ambiental em Parelheiros (zona sul de SP) deixa cair esgoto em um dos braços da represa Billings.

É desse manancial que sai a água de mais de 2 milhões de pessoas, que moram nas zonas sul e sudoeste da capital, em Diadema, São Bernardo do Campo e Santo André.

O problema acontece por falta de manutenção adequada da fossa séptica (espécie de tanque que armazena e faz o tratamento inicial do esgoto). Ela transborda quando chove forte. No local, trabalham 67 pessoas, em quatro turnos.

Para evitar acidentes, as fossas devem ser esvaziadas em intervalos de tempo determinados de acordo com volume que está armazenado.

Na base da Guarda Ambiental do governo Gilberto Kassab (DEM), o serviço deveria ser feito de três em três meses. O comando da base afirma que já fez o pedido de bombeamento à Subprefeitura de Parelheiros, que está atrasado.

Quando transborda, o esgoto segue por um dos braços (filetes d'água) que formam a represa. Por lei, a região é uma APP (Área de Proteção Permanente). Por isso, há uma série de restrições, inclusive limitando a construção de casas, para evitar que a água seja contaminada.

A Guarda Ambiental em Parelheiros tem exatamente a função de coibir despejo ilegal de esgoto, desmatamento clandestino e ocupação desordenada. 'É uma contradição. Todo mundo comenta que aquela é a única base ambiental que joga esgoto na represa', diz o presidente do SindGuardas (Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos da Cidade de São Paulo), Carlos Augusto Souza Silva.

Na represa, sem barco

Funcionários do local reconhecem o problema, mas afirmam que o fato não acontece sempre. O volume de esgoto despejado em área de manancial é pequeno, dizem.

Eles não reclamam da manutenção do equipamento --considerado adequado para áreas de proteção, já que a construção de longas tubulações de esgoto é mais prejudicial ao ambiente--, mas da estrutura oferecida para o trabalho de ronda. Faltam barcos, helicóptero e uniformes em número suficiente para a troca de peças rasgadas pelo contato com vegetação.

Para fiscalizar o entorno da Billings e da represa Guarapiranga, a prefeitura conta com apenas 12 carros e 24 motos. Há 1,5 milhão de pessoas vivendo no entorno desses dois mananciais

Fonte: Folha Online

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